CRÔNICAS DE UM BRASILEIRO DESESPERADO
Saia já deste trono
‘’Um amigo me chamou pra cuidar da dor dele, guardei a minha no bolso. E fui. ’’
Clarice Lispector
Numa sexta feira bem cedinho, homens do governo vieram
Com seus tratores cacetes e camburão.
Derrubou meu barraco, minha lona foi ao chão.
Brasília, um lugar bom pra se morar, bom pra quem?
Já sei pra quem pode pagar.
Tentei argumentar, logo o coronel mandou eu me calar.
Se gritar sem os dentes vai ficar positivo e operante.
Huguinho, Zezinho e Luizinho, traumatizaram meus meninos.
Meu Deus, porque tanta crueldade?
Se o senhor fez a terra nunca deixou escrito, esse pedaço é de fulano o outro pertence a
Beltrano, pelo que eu sei esse chão não tem dono.
Quando é que o senhor vai tirar a bunda deste trono? Só queria lhe mandar esse recado,
Pois estou cheio de tanto abandono, meu nome é Francisco das Dores, esse tal de Lívio
Arbítrio já está me chateando, como pode ver, tenho dor ate no nome.
Ed 2011
Saia já deste trono
‘’Um amigo me chamou pra cuidar da dor dele, guardei a minha no bolso. E fui. ’’
Clarice Lispector
Numa sexta feira bem cedinho, homens do governo vieram
Com seus tratores cacetes e camburão.
Derrubou meu barraco, minha lona foi ao chão.
Brasília, um lugar bom pra se morar, bom pra quem?
Já sei pra quem pode pagar.
Tentei argumentar, logo o coronel mandou eu me calar.
Se gritar sem os dentes vai ficar positivo e operante.
Huguinho, Zezinho e Luizinho, traumatizaram meus meninos.
Meu Deus, porque tanta crueldade?
Se o senhor fez a terra nunca deixou escrito, esse pedaço é de fulano o outro pertence a
Beltrano, pelo que eu sei esse chão não tem dono.
Quando é que o senhor vai tirar a bunda deste trono? Só queria lhe mandar esse recado,
Pois estou cheio de tanto abandono, meu nome é Francisco das Dores, esse tal de Lívio
Arbítrio já está me chateando, como pode ver, tenho dor ate no nome.
Ed 2011
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