sábado, 18 de setembro de 2010


O MURO
Eu moro num lugar
sem vista, rua paisagem
sorrisos ou mar
paz, lei, não posso brincar
beleza, arte, vivo sem dançar
eu moro num lugar sem areia sol ou playground
escolas, livros, professores sem prazer tarde ou amanhecer
felicidade amor ou flores
eu moro num lugar sem fraternidade, liberdade, igualdade
escuridão, falta de visão ,paz no coração
botas sujas ,amargura, reino da tortura
eu moro num lugar cheio de dor onde rostos são esculpidos
com pontapés,
isso vem de geração, o meu avô espancou meu pai,
meu pai me espancou, vou espancar meu filho um dia
eu moro num lugar de muro auto do qual não posso ultrapassar
os dias vão passando vou vegetando sem opinião
calado cabisbaixo quase morto sem
assistência social ,direitos humanos, meio ambiente
trabalho na segunda, choro na terça,
grito na quarta, sinto fome na quinta,sexta estou desnutrido,
entregue aos urubus no sábado, sem vestígio no domingo .
Ignorância é um oceano de água suja onde vivo a me afogar,
sou o analfabeto José ferreira neto.
E D F 2010

sábado, 11 de setembro de 2010


Minha nuvenzinha.
Caminhando pela praia com a minha nuvenzinha
não parava de chover, chove chove
estava triste aborrecido sem prazer
chuva chuvisco chuvarada
corri corri me escondi, lá estava a nuvenzinha
tudo que eu tentava não adiantava
molhado sentia um frio terrível,
resolvi pegar um ônibus
sentado olhei pela janela, porque chovia em mim?
Não entendia
doía todos os ossos do meu corpo
pessoas caminhavam, estrelas outros lua planetas até galáxias,..
o tempo passando já não sabia o que fazer,
descriminado não podia estudar, dormir ou relaxar
sempre que tentava o trovão zangado mandava me acordar
me deparei com um pequena planta na beira da estrada algo começou a mudar
seca, seca sem vida resolvi encostar,molha molha vi o tempo passar
tanta vida começou a se multiplicar flores e flores
hoje até o solzinho vem me visitar.
E D F 2010