domingo, 28 de junho de 2009

Borboletas



Borboletas
Ana Luiza, 23 anos ,linda,loura. Hoje é domingo pegou sua bicicleta desceu a escadinha montou, pedalou, respirou fundo ,não sei o que aconteceu .Sua bicicleta tombou , Ana Luiza se libertou, saiu do casulo, virou borboleta.
Pedro oliveira, no seu apartamento na Vieira Souta não parava de ouvir vozes que o mandavam pular,Pedro não aguentava mais aquela angustia que o dominava, abriu a janela e pulou. Pedro se libertou ,saiu do casulo, virou borboleta.
Hoje é sexta-feira na igreja Pentecostal . Carla , Mateus, Rodrigo, Rosali, Vera e o Pastor Martins cantam louvores, não sei porque , meia hora depois o teto desabou. Carla, Mateus, Rodrigo, Rosali, Vera e o Pastor Martins, todos se libertaram do casulo , de alguma maneira viraram borboletas.
Hoje é Primavera, estação das flores . Acordei cedo , tenho 80 anos . Como é lindo as borboletas livres no jardim da minha casa . Ana Luiza sem a bicicleta continua sentindo o vento, Pedro longe das vozes,agora livre do tormento, Carla , Mateus, Rodrigo, Rosali, Vera e o Pastor Martins, agora eles cantam louvores livres sobre as flores.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Dia, acaba não .



Dia,acaba não ...
Eu começo essa crônica da seguinte maneira. O que seria do homem sem a arte? Daí eu mesmo respondo, sem ela não somos nada, seriamos cidadões comuns. A arte é que nos diferencia deste mundo rotineiro e comum cheio de preocupações. Emprego, dinheiro ,casa ,conta pra pagar.
''Onde estiver dois ou três em meu nome eu estarei presente''. Essa frase é bem popular dita pelo artista mas famoso que já caminhou sobre a terra. Isso foi só para ilustrar um pensamento, eu não vou escrever sobre Jesus Cristo, mas sim da arte. Especificamente, de um amor de um homem pelo seu violão. Começo assim, com outra frase bastante batida:... o artista vai onde o povo está, só que não havia povo, apenas uns gatos pingados, três pessoas pra dizer a verdade. Quando eu cheguei a casa do senhor Adilson ontem e vi o seu violão, logo pensei ... vai começar a chatice. Quem nunca foi a uma festa em Brasília com muita bebida e um violão? Sempre tem aquele chato metido a tocar. Daí logo ele pega o violão e começa a arranhar uma melodia, algo tipo Legião Urbana, pais e filhos, continuando ... festa cheia de pessoas bêbadas desafinadas. Logo você pensa ,eu vou embora e vai mesmo. Mas pelo incrível que pareca ontem foi diferente. Pense comigo numa morena bem vistosa aquela dos sonhos de qualquer marmanjo, com curvas bem delicadas, essa morena era apenas seu violão o cara simplesmente a despiu numa categoria incrível, viajou por suas curvas tirando notas e notas musicais tocando e tocando sem parar com um amor enorme. Algo que faria qualquer Baden Power rolar no túmulo e Caetano e Gil ficarem com cara de bobo. Pois e fui testemunha de um amor de um homem comum por seu violão e pela música. Foi talvez o dia mas longo da minha vida e o mas prazeroso do qual queria que fosse eterno.
Obrigado Adilson !

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Crônica de um brasileiro desesperado II



Impunidade

Está escultando Coronel? Eles chegaram, já estão deitados na pracinha em baixo do coreto, todo mês antes do natal é a mesma coisa. Que pouca vergonha!
O Senhor tem que tomar providencias, eles são sujos, transmitem doenças. Brasília é um patrimônio histórico não pode ser invadida desta maneira por estes vândalos bêbados .Vamos Coronel ,tome uma atitude mostre pra eles quem é que manda ...
O que devo fazer?
Se imponha e honre sua farda, restabeleça a lei e não adianta chamar a policia militar esses despreparados não vão poder agir são apenas cães do governo.
Mas não posso fazer isso por contra própria, está na constituição, eles tem o direito de ir e vir ,
Vai me dizer que agora acredita num monte de papel escrito por homens que nunca honraram este país ?São apenas linhas escritas um monte de blá blá blá, ninguém vai ligar se o senhor chegar lá, estará apenas defendendo sua cidade, seus vizinhos esperam isso de você. Tem escolas aqui no bairro, já pensou se eles resolvem ficar? Aí meu querido, estará implantado a anarquia geral, você não quer que nada de ruim aconteça aos seus netos, certo ?
Não, claro que não
Vamos, honre sua farda. Vê se pára de suar frio, isso não é bom.
Por um momento a conversa é interrompida ....
Venha deitar Mauro já é tarde o que faz ai no escuro? Já é a terceira vez que te pego falando sozinho...
Não de ouvidos a sua esposa, mulheres, ahh ! Em quanto elas dormem estamos aqui acordados tentando achar uma maneira de protege- las.
Vai dormir Maria , vê se me deixa .
Isso! gostei, agora vista sua farda Coronel o dever lhe chama. Olha o que eu trouxe para o Senhor, seu revólver, já faz tempo que não o usa.Lembra da ditadura, como era as coisas neste país?
Mulher vou dar uma volta, preciso esfriar minha cabeça ...
Mas uma noite de céu estrelado em Brasília. Vento frio, alguns porteiros dormindo outros distraídos, ninguém sabe ninguém viu , poucos carros nas ruas , silêncio moribundo, de-repente cinco tiros... lá vai a impunidade correndo pelos belos cartões postais da capital federal ....

homenagem a todos que morreram injustamente, nas ruas do distrito federal e entorno.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Crônica de um brasileiro desesperado.



o carteiro e o papelão...
Fui carteiro por muitos anos,conheço cada palmo de chão desta cidade, um dia caminhei por ruas satisfeito entregando correspondências de casa em casa ..gritava ele..
Não , não e um maluco que vos fala ,ei senhor porque me olha com desprezo . Apontou para um homem que passava.. logo aquele homem parou..
Então ele continuou...derrepente veio a greve . aderi junto com meus companheiros, fui mandado embora ..não chame a policia, sou apenas um velho cidadão gritando a plenos pulmões em prol de direitos, bom eu achei que tinha... um belo dia acordei sem eles, ironia do destino pronto estava sozinho,hoje sem sapatos casa ou carinho. meu senhor com jeito de doutor ate a mulher me largou .
Venho ate aqui pedir moedas para continuar a viver no meu papelão, amigo e total companheiro .. não acredita? Eu me chamo joão da silva ..um dia escrevi uma carta pro ministro das comunicações , sei lá , deve ter ido almoçar de barriga cheia não se liga pro problema de quem anceia ..não dê risadas muitos companheiros desistiram até de viver, sabe eu não vou morrer, você sabe porque? O papelão me aquece, Deus me protege, a esperança é meu lar ..
Me dê uma moeda meu senhor o dia já vai passar não sei se notou, mas a comida não pode faltar. Isso continua a me ignorar,a manha é você que pode estar no meu lugar ...
Gritou e gritou e o dia passou, com o dia passaram milhares de pessoas .. essa é a crônica de vários Joões que um dia se perderam nas ruas e grandes centros...........
 Camisa de Vênus - É Só o Fim