sábado, 14 de abril de 2012

A SEGUNDA MORTE DE SÓCRATES

A SEGUNDA MORTE DE SÓCRATES

 Ana me ama, seu amor é um risco
 De repente a salvação da humanidade
 Outro dia ela apontou o revólver na minha direção
 Atirou, a bala acertou no quadro que ficava na parede
 Ana matou Sócrates pela segunda vez.
 O tiro furou o peito, fez um buraco enorme
 Ao invés de sangue, a sala se encheu de filosofia
 A casa ficou com o tom de harmonia
 A educação se espalhou pelo chão subindo pelas paredes
 Cobriu o telhado, tomando todo quintal.
Corri, não fui egoísta abri logo o portão
 Eu falo com as flores, meu jardim se coloriu de palavras
 A filosofia é a cura da alma, o melhor de tudo isso foi o contágio
 Em toda cidade curando os males de toda sociedade
 -Afonso!
-Sim, professora Ana.
-Dormindo outra vez na minha aula?
-Professora, bem que podia ser verdade.
-Que verdade menino?
-Professora Ana, obrigado por tudo.
-Bom, deixa continuar a minha aula. Como eu dizia antes de ser interrompida...

 Ed 2012

quinta-feira, 12 de abril de 2012

OS SONHOS DE RUBENS


OS SONHOS DE RUBENS

Rubens pegou na caneta
Pensou em escrever algo interessante
Pensou primeiro nos hippies
Depois no pop, arte, Tropicalismo, beatniks
Pensou na juventude dos anos 60 e como tudo ficou distante, nada seria igual.
Então escreveu sobre os dias de hoje.
Conseguindo uma bela historia sobre os meninos do Restart...
-onde estaria essa banda daqui a 40 anos? Pensou e se perguntou.
-Conseguiriam eles produzir um álbum para entrar na historia do rock?
Guardem bem esses nomes - Pe Lanza, Koba, Pe Lu eThominhas.Não estou sendo irônico eu sou é sarcástico mesmo, não vejo futuro na musica brasileira e muito menos na mundial. Logo pegou o que tinha escrito e jogou na lata de lixo.
Rubens olhou para a parede da sala de sua casa e viu uma fotografia ampliada bem antiga, estava um pouco amarelada, era das manifestações de 68 em paris. Lennon e Yoko ao centro com Timothy Leary à direita. Pensou em Joan Baez com Bob Dylan. Sorriu. Sentiu um vento... De repente um furacão vindo da Bahia. Gal, Gil e Caetano.
-é proibido proibir! Gritou Rubens
Logo jogou a caneta de lado, levou a caneca de chá até a boca e tomou ,resolveu subir as escadas e foi dormir.
Rubens teve belos sonhos.


Ed.2012

domingo, 1 de abril de 2012

O ILUSIONISTA


O ILUSIONISTA
Ed 2012.


Palco coberto com tapetes vermelhos, por todos os lados enormes espelhos.
O ilusionista no centro, um homem alto ruivo ardente com dentes aparente, todo de roupa preta engomada, sapatos laqueados, na cabeça uma cartola verde, gravata clara.
O ilusionista brincava com a platéia, coelhos pombos e cartas até que veio o grande truque anunciado por ele.
-esse será o “grand finale” de algo jamais visto pelos olhos humanos, você pode imaginar! Brincadeira? Verdade? Basta sonhar, meus amigos serão testemunhas do maior número de mágica da terra.
Quem aqui gosta de dinheiro? Disse ele apontando o dedo indicador.
-Eu! gritou a mulher na primeira fila.
-Mulher esperta.
De repente a platéia criou uma grande expectativa, pois o ilusionista prometeu que o dinheiro cairia do céu.
Todos em coro começaram a gritar; dinheiro, dinheiro...
Até que os tambores rufaram.
-levante as mãos meus irmãos, sejam felizes, pois só o dinheiro cura os males da nossa sociedade. Ele apontou a varinha de condão para o alto, de repente abriu os espelhos do teto, foram caindo notas por todo o salão, as pessoas se jogavam no chão, daí veio à confusão, correria tapas e socos pontapés, todos perderam a razão e foram caindo notas muitas notas, aquele era o grande truque, algo realmente jamais visto por olhos vivente. Conforme o dinheiro tocava as mãos se transformava em fezes. A senhora gorda nem notou logo colocou na bolsa, um senhor de meia idade usou o chapéu algo mudou, veio o fedor. Crianças chorando adultos e adolescentes patinando ninguém mais se seguravam, as pessoas estavam literalmente nadando na merda tentavam sair mais não conseguiam.
Gargalhadas, seguidas de algumas palavras.
-Gananciosos, querem dinheiro fácil? Nunca ouviram falar que dinheiro não cai do céu? Depois de tudo aquilo por um instante o ilusionista tinha toda razão, palavras tão simples que o homem nunca aprende ‘Dinheiro não cai do céu’.
Aquele olhar é algo que nunca vou esquecer um olhar macabro. O ilusionista sumiu num encanto, eu segui com a minha vida simples.
Essa é mais uma crônica para a gazeta dos patos, homenagem ao 1° de Abril.