domingo, 1 de abril de 2012

O ILUSIONISTA


O ILUSIONISTA
Ed 2012.


Palco coberto com tapetes vermelhos, por todos os lados enormes espelhos.
O ilusionista no centro, um homem alto ruivo ardente com dentes aparente, todo de roupa preta engomada, sapatos laqueados, na cabeça uma cartola verde, gravata clara.
O ilusionista brincava com a platéia, coelhos pombos e cartas até que veio o grande truque anunciado por ele.
-esse será o “grand finale” de algo jamais visto pelos olhos humanos, você pode imaginar! Brincadeira? Verdade? Basta sonhar, meus amigos serão testemunhas do maior número de mágica da terra.
Quem aqui gosta de dinheiro? Disse ele apontando o dedo indicador.
-Eu! gritou a mulher na primeira fila.
-Mulher esperta.
De repente a platéia criou uma grande expectativa, pois o ilusionista prometeu que o dinheiro cairia do céu.
Todos em coro começaram a gritar; dinheiro, dinheiro...
Até que os tambores rufaram.
-levante as mãos meus irmãos, sejam felizes, pois só o dinheiro cura os males da nossa sociedade. Ele apontou a varinha de condão para o alto, de repente abriu os espelhos do teto, foram caindo notas por todo o salão, as pessoas se jogavam no chão, daí veio à confusão, correria tapas e socos pontapés, todos perderam a razão e foram caindo notas muitas notas, aquele era o grande truque, algo realmente jamais visto por olhos vivente. Conforme o dinheiro tocava as mãos se transformava em fezes. A senhora gorda nem notou logo colocou na bolsa, um senhor de meia idade usou o chapéu algo mudou, veio o fedor. Crianças chorando adultos e adolescentes patinando ninguém mais se seguravam, as pessoas estavam literalmente nadando na merda tentavam sair mais não conseguiam.
Gargalhadas, seguidas de algumas palavras.
-Gananciosos, querem dinheiro fácil? Nunca ouviram falar que dinheiro não cai do céu? Depois de tudo aquilo por um instante o ilusionista tinha toda razão, palavras tão simples que o homem nunca aprende ‘Dinheiro não cai do céu’.
Aquele olhar é algo que nunca vou esquecer um olhar macabro. O ilusionista sumiu num encanto, eu segui com a minha vida simples.
Essa é mais uma crônica para a gazeta dos patos, homenagem ao 1° de Abril.

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