quarta-feira, 9 de março de 2011

CRÔNICAS DE UM BRASILEIRO DESESPERADO


CRÔNICAS DE UM BRASILEIRO DESESPERADO
Saia já deste trono
‘’Um amigo me chamou pra cuidar da dor dele, guardei a minha no bolso. E fui. ’’
Clarice Lispector

Numa sexta feira bem cedinho, homens do governo vieram
Com seus tratores cacetes e camburão.
Derrubou meu barraco, minha lona foi ao chão.
Brasília, um lugar bom pra se morar, bom pra quem?
Já sei pra quem pode pagar.
Tentei argumentar, logo o coronel mandou eu me calar.
Se gritar sem os dentes vai ficar positivo e operante.
Huguinho, Zezinho e Luizinho, traumatizaram meus meninos.
Meu Deus, porque tanta crueldade?
Se o senhor fez a terra nunca deixou escrito, esse pedaço é de fulano o outro pertence a
Beltrano, pelo que eu sei esse chão não tem dono.
Quando é que o senhor vai tirar a bunda deste trono? Só queria lhe mandar esse recado,
Pois estou cheio de tanto abandono, meu nome é Francisco das Dores, esse tal de Lívio
Arbítrio já está me chateando, como pode ver, tenho dor ate no nome.

Ed 2011

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