O poeta subiu no telhado
Ruas têm
Vidros estilhaçados, corações amargurados
O bar, cachorro vira lata, uma janela e a fofoqueira
Igrejas, vários meninos
perdidos, a puta, santinha o
Bêbado que nunca encontra o buraco da fechadura
Ruas têm
O tarado e mendigo fome e violência
Carros velhos desmontados, o gordo e o magro
Mulheres lindas, um padre e o pastor vendedor de milagres
Ruas têm
Uma padaria em cada esquina, ambulante e o traficante
Um cara gastando água, alguns velhos jogando baralho, o
profeta
O metido e o solitário, casas
barracos e puxadinhos
A falta de luz, água, saneamento básico, policia e os
buracos
Um borracheiro ou pedreiro chamado Mário
Ruas têm
Ritmo, cor, o palhaço e o anão a falta de espaço, pernas
apressadas
O ladrão, esmola e o cidadão cabisbaixo, motoristas
embriagados
A felicidade do cara que encontrou a primeira namorada
embaixo do meu telhado
Ed.2012-03-29
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