sábado, 5 de maio de 2012

O poeta subiu no telhado


O poeta subiu no telhado




Ruas têm
Vidros estilhaçados, corações amargurados
O bar, cachorro vira lata, uma janela e a fofoqueira
Igrejas, vários meninos perdidos, a puta, santinha o
Bêbado que nunca encontra o buraco da fechadura

Ruas têm
O tarado e mendigo fome e violência
Carros velhos desmontados, o gordo e o magro
Mulheres lindas, um padre e o pastor vendedor de milagres

Ruas têm
Uma padaria em cada esquina, ambulante e o traficante
Um cara gastando água, alguns velhos jogando baralho, o profeta
O metido e o solitário, casas barracos e puxadinhos
A falta de luz, água, saneamento básico, policia e os buracos
Um borracheiro ou pedreiro chamado Mário

Ruas têm
Ritmo, cor, o palhaço e o anão a falta de espaço, pernas apressadas
O ladrão, esmola e o cidadão cabisbaixo, motoristas embriagados
A felicidade do cara que encontrou a primeira namorada embaixo do meu telhado  


Ed.2012-03-29
  

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